(Carta recebida de um amigo nosso, infelizmente igual a tantas outras)
O meu salário desceu de facto em 2005, até porque este ano nem fui aumentado. Mas o meu patrão continua tranquilamente a sorrir e a gozar e cada vez isto está melhor para ele e outros como ele, apesar de se queixar copiosamente de cada vez que a questão se põe.
A verdade é que ele vive de borla ou praticamente de borla, senão vejamos alguns exemplos:
O meu carro é meu. Está pago e em meu nome. O Mercedes dele é da empresa e a empresa está a pagar. A manutenção, o combustível e o seguro do meu carro, sou eu que pago. O Mercedes dele tem todas essas coisas pagas pela empresa.
O relógio que uso, também é meu. Fui eu que o paguei. O Rolex de ouro do meu patrão, foi pago pela empresa e justificado contabilisticamente como ofertas a clientes que nem sequer receberam um clip.
A minha roupa, sou eu que compro e pago do meu bolso. No caso do meu patrão, os Calvin Klein, Gucci, Boss e quejandos, são pagos pela empresa e entram como despesas de representação.
Os meus almoços no restaurante, são pagos também por mim, bem assim como os jantares quando resolvo ter essa extravagância. As refeições do meu patrão, são pagas com o cartão de crédito da empresa obviamente.
Eu pago integralmente os meus impostos já que sou trabalhador por conta de outrem e não tenho como fugir. O meu patrão faz jogos de cintura estonteantes e muita coisa fica por pagar ao fisco e à segurança social!
O contabilista dele é um criativo. Eu nem sequer contabilista tenho já que nem preciso.
E a crise aí está, com os pobres como eu a apertar o cinto, enquanto que os coitadinhos como o meu patrão continuam a engordar cada vez mais.
Já agora, a minha empresa até tem mais carros que empregados... é que os pais do meu patrão e os filhos e a mulher dele, também precisam de carro... não sei se estão a ver...
A minha economia está de facto destruída como dizem que está a do país.
Não me peçam é mais sacrifícios, enquanto não obrigarem os tipos como o meu patrão a pagar impostos e a saberem o que custa a vida.