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Coninhas

Ser Coninhas é um Direito!

Coninhas

Ser Coninhas é um Direito!

A Fotografia!

Um soldado americano que estava colocado no Afeganistão, recebeu recentemente uma carta da sua namorada, que dizia o seguinte :

Querido Ricky,
Não posso continuar com a nossa relação. A distância entre nós é simplesmente muito grande.
Tenho de admitir que já te enganei duas vezes desde que te foste embora, e isso não está certo para nenhum de nós.
Lamento muito. Agradeço que me devolvas a fotografia que te tinha enviado.
Beijinhos
Becky.

O soldado pediu aos seus colegas para lhe darem tantas fotografias quanto possível das suas namoradas, irmãs, tias, primas etc...
Á fotografia de Becky ele adicionou todas as outras fotografias de lindas raparigas, que os seus colegas lhe tinham dado. Havia 57 fotografias nesse envelope ... com um pequeno bilhete que dizia :

Querida Becky,
Agora sou eu que lamento, mas não me lembro quem tu és. Agradeço que tires a tua fotografia do molho, e me devolvas as outras.
Sempre teu amigo Ricky
*********************************************

A Verdadeira História da captura de SADDAM...

A tarde estava calma e ensolarada, a patrulha com 4 GNR decide parar o
Jeep e dirige-se para umas pequenas casas no meio das Palmeiras.
Entram numa delas e diz um GNR:
- Xão 4 mines faz xabor.
Ao que responde Há-Ali-Mamada, o iraquiano:
-Nós não vender bebidas alcoólicas...
(G) - O xenhor tá a brincar?! Quer ficar com o estabeleximento enxerrado?
(I) - Não senhor Guarda, Há-Ali-Mamada falar verdade...
(G) - Num brique carago, pois a gente já boeu xerbeja aqui,
despache-se hóme! traga lá as mines!
(I) - Juro por Alá que Há-Ali-Mamada nunca vender cerveja...
(G) - Bom bossemexê paxou das marcas! Bai ser autuado! Xargento
Xaraiva, bamos revistar a Xafarica! Os quatro guardas revistam por
todo lado, até que o Guarda Gonzaga, distraído, deixa cair a arma no chão e esta bate em algo "oco"!
Chama os colegas, e exclama:
- tá aqui um buraco! Debem tar aqui as mines escondidas!!! Áh pois é!
O Xenhor Há-Ali-Mamada penxava que enganaba a guarda.
Os Agentes da GNR tiram a tampa do pequeno poço, à procura das minis.
Espreitam lá para dentro e vêem um velho com cabeleira e barba longa (Saddam).
(G) - Oxa lá, é boxê que está a esconder as mines??!!!!
(I) - Não, não ai dentro está o meu primo, que está muito doente... Ao
que responde o Saddam:
(S) - Sim eu estar muito doente...
(G) - Num brinque carago, deixe lá ber as xerbejas...
(S) - Nós não ter aqui bebidas...
(G) - Bom os xenhores estão a brincar com a autoridade! Bai já tudo
prejo!! Tudo pró jeep! Bai já tudo pa Bagdad!
(S) - Eu tenho muito dinheiro não me levem para Bagdad. Ao que os
agentes comentam entre si:
(G)- Olha outro que debe ter a mania que é o Saddam e que pode comprar
a guarda. Ainda se foxe com um persunto... a gente não se deixa
cumprar por pouco!!! Carago !!!!
(S) - Eu pago o que quiserem, eu sou o SADDAM.
bá pro jeep. Tá tudo autuado e bai já tudo pá xoça!
No final, os americanos como sempre ficaram com os louros de mais uma
valente e destemida operação das forças portuguesas em território
inimigo, foi a verdadeira estória da captura de Saddam Hussein.

Boas Festas !

Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 2 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia 23 de Dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da Churrascaria Grill House. O bar estará aberto com várias opções de bebidas.
Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de Natal...sinta-se à vontade para se juntar ao grupo e cantar! Não se surpreenda se o nosso Vice Presidente aparecer vestido de Pai Natal! A árvore de Natal terá as luzes acesas às 13:00. A troca de presentes de "amigo secreto" pode ser feita em qualquer altura, entretanto, nenhum presente deverá exceder EUR10,00, a fim de facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos. Este encontro é exclusivo para funcionários e família. Na ocasião, o nosso Vice Presidente fará um discurso bastante especial.
Feliz Natal para todos.
Patrícia
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Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 3 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
De maneira alguma o memorando de 2 de Dezembro sobre a Festa de Natal pretendeu excluir os nossos funcionários judeus! Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costuma coincidir com o Natal, mas isso não acontecerá este ano. Portanto, passaremos a chamá-la "Festa do Fim do Ano" pois teremos em conta também todos os outros funcionários que não são cristãos e aqueles que celebram o Dia da Reconciliação. Não haverá árvore de Natal. Nada de canções de natal nem coral. Teremos outros tipos de música que agrade a todos.
Felizes agora?
Boas festas para vocês e suas famílias,
Patrícia
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Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 4 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Em relação ao bilhete (anónimo) que recebi de um membro dos Alcoólicos Anónimos solicitando uma mesa para pessoas que não bebem álcool... terei todo o prazer em atender o pedido, mas, se eu puser uma placa na mesa a dizer "Exclusivo para os AA", vocês deixarão de ser anónimos, não será?...
Como faço então?
Quanto à troca de presentes, esqueçam. Não será organizada uma vez que os membros do sindicato acham que 10 euros é muito dinheiro e os executivos acham que 10 euros é muito pouco para um presente. Portanto não será organizada NENHUMA TROCA DE PRESENTES.
De acordo?
Patrícia
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Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 5 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Mas que grupo heterogéneo o nosso!!! Eu não sabia que no dia 20 de Dezembro começa o mês sagrado do Ramadão para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia. Lá se vai a festa!
Agora a sério, entendemos que um almoço nesta época do ano seja um problema para a crença de nossos funcionários muçulmanos..... Talvez a Churrascaria Grill House possa assegurar o serviço de buffet até à noite ou então, embalar tudo para vocês levarem para casa nas marmitas. Que acham?
E agora mais novidades: consegui que os membros dos "Vigilantes do Peso" se sentem o mais longe possível do buffet das sobremesas; as mulheres grávidas poderão sentar-se o mais perto possível das casa de banho; os homossexuais podem sentar-se juntos; as mulheres homossexuais não terão que
se sentar junto dos homens homossexuais, que terão uma mesa própria, e sim, haverá um arranjo de flores no centro da mesa dos homens homossexuais; teremos assentos mais altos para pessoas baixas; e estará disponível comida com baixas calorias para os que estão de dieta. Nós não podemos controlar a quantidade de sal utilizada na comida, portanto sugerimos que as pessoas com tensão alta provem a comida antes de comerem. E, claro, haverá mesas para fumadores e outras para não fumadores.
Esqueci alguma coisa?
Patrícia
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Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA.
Data: 6 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano da PORRA
Vegetarianos!?!?!??!
Sim, vocês também tinham que dar a vossa opinião de merda ou reclamar de alguma coisa!... Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House; quem não gostar que se foda! Não vá, desampare a loja! Ou então, como alternativa, seus fedorentos, podem sentar-se afastados, na mesa mais distante possível da tal "churrasqueira da morte" - como vocês lhe chamam.
E terão também a vossa mesa de saladas de merda, incluindo tomates ecológicos da casa do caralho & arroz pegajoso para comer com pauzinhos.
Aqueles que, naturalmente, ainda não gostarem, podem enfiar tudo no cu. Mas como vocês devem saber, os tomates também têm sentimentos! Os tomates gritam quando vocês os cortam em fatias. Eu mesma os ouvi gritar! Eu estou a ouvi-los gritar agora mesmo!!!!!
Ah, espero que vocês todos, mas todos, os parvos dos crentes e os cretinos dos ateus, os paneleiros, as fufas, as mariquinhas das prenhas, os estupores dos fumadores e os chatos dos não fumadores, os cobardes dos bêbedos anónimos e os fedorentos dos vegetarianos, todos vocês sem excepção, tenham uma merda de fim de ano! E que guiem bêbados e morram todos, todinhos espatifados e esturricados por aí.
Entenderam?
Da Vaca, directamente para a puta que os pariu.
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João Pacheco - Director de Recursos Humanos INTERINO
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS
Data: 9 de dezembro
Assunto: Patrícia Gomes e a Festa do Fim do Ano
Tenho a certeza que falo por todos nós desejando para a Patrícia um rápido restabelecimento para a sua crise de stress e podem estar certos que me encarregarei de lhe enviar as vossas mensagens para o sanatório. Venho comunicar que a direcção decidiu cancelar a Festa do Fim do Ano e dar folga
remunerada a todos os funcionários na tarde do dia 23 de Dezembro.
Boas Festas

Diário de Maria (Capitulo VII)

Maria estava a gravar a Novela “Saber Mamar” cujo nome foi dado pelo produtor em homenagem ao seu irmão Miguelito. Nos momentos de paragem, o seu pensamento ia para a noite anterior, para aqueles momentos mágicos, que passou na festa.
Terminadas as filmagens do dia, Maria decidiu ligar para o misterioso desconhecido, num pedaço de papel estava um número de telefone, ligo, não ligo.... e lá ligou:
- De momento não posso atender, deixe a sua mensagem a seguir ao sinal...
- Raios parta isto, logo agora que eu estava disposta a falar com ele!
Chegada a casa, Maria foi tomar um banho, tinha uma casa linda, prós lados da Expo “ Varandas do Mar”, pena só ter vista para o vizinho da frente, um sujeito de gostos esquisitos que vivia com um cão de raça “Fuck Terrier” e tinha a mania de fazer stripp’s á janela.
Maria já tinha reclamado com o contrutor, tinha os azulejos da cozinha a cair, o recuperador de calor entupido, e as rachas num dos quartos pareciam as grutas de Mira d’Aire.
De repente o telemóvel começou a tocar, Maria envolta na toalha corre para a sala, atende e:
- Estou?
- Sou eu, a Joaquina, está boa mana?
- Olá...(Maria com uma voz triste, pensando ser o seu amado)
- Óh mana... sabes a Liliana não consegue ligar o massajador e, não sei o que fazer!
- Não será das pilhas?
- Pilhas? Ããhh deve ser isso...não sabia que levava pilhas!
- Leva mana, leva!
- Obrigado, Beijinhos!
- Tchau, Beijinhos!
Maria ficou a pensar o que estariam as manas a fazer com o massajador, enquanto olhava pela janela e via o “Fuck Terrier” a “brincar” com o dono.

Diário de Maria (Capitulo VI)

Voltou-se e... era um homem normal, com um fato normal, uma cara normal e quem sabe um coração normal.
- Danço !
Sempre é melhor que estar parada, pensou!
- Há já algum tempo que tenho estado a reparar em si mas...
- ...mas achou que era fruta a mais...
- Claro! Você é uma mulher deslumbrante e eu nunca tive muita sorte com as mulheres!
Maria viu um brilho no olhar do seu companheiro de dança, (era um projector que fazia reflexo nas lentes dos óculos), mas aquilo poderia ser um sinal, Maria sentia, sem saber porquê, que aquele homem tinha algo (intuição feminina).
- Posso levá-la a casa?
- Desculpe, mas tenho motorista...
- Eu reparei, aquele senhor que está abraçado a dançar com a estátua??
Ambos riram!
- Pois ele não está muito habituado a beber!
Disse Maria a desculpar o irmão, enquanto pensava na sua mãe fechada dentro da arca frigorifica, coitada!
- O seu motorista também tem direito a divertir-se, deixe lá, eu levo-a!
- Está bem!
Maria concordou e saiu com aquele homem, nem sabia o seu nome, mas transmitia-lhe segurança, desejo, uma combinação de ilha deserta com vulcão em erupção.
Na Festa toda a gentalha masculina fico a comentar:
- Só a mim não me toca uma brasa daquelas...
- Olha o xoninhas viste...
- Ele deve ter qualquer coisa...
Os monges esses, já tinha o seu dinheiro para a fábrica de canecas em Coina...Sim em Coina os terrenos são mais baratos e as canecas saem mais em conta!
Mais um banho de flashes, mais uns autógrafos e:
- Vou buscar o carro, volto já.
- Sim vá, vou falar com o meu motorista.
Maria foi ter com o Alberto que insistia em levar a estátua a casa e disse-lhe:
- Estás por tua conta. Não contes comigo hoje, mas amanhã quero-te ás seis horas da manhã em minha casa!
- Estrá brem marninha... desculva lá o emvaraço!
Veio para a porta e viu chegar um Peugeot 106 preto que lhe buzinou:
- Vamos?
- Sim, vamos!
Uma música suave tocava no rádio:
- Que música tão bonita é o quê?
- Enia...
- É linda...
- Por acaso é, foi escolhida para os oscares e tinha um vestido lindo e...
- Não! A música é linda...
- Ops! Já meti àgua...
- Onde?
E riram de novo...

Diário de Maria ( Capitulo V )

Era uma festa a favor dos monges das Caldas da Rainha, para ajudar na nova construção de uma fábrica de canecas. Maria tinha pensado numa quantia nem muito alta nem muito baixa, mas aquela que julgava ser a verba exacta para uma fábrica de canecas das Caldas - a sua presença. Parou á porta, o Alberto abriu-lhe a porta do BMW e Maria pôs a perna de fora, logo dezenas de fotógrafos premiram o botão das suas câmaras e os flaches se fizeram sentir. Parecia uma noite de entrega dos Oscares, Alberto tropeçou no tapete vermelho, colocado estrategicamente á entrada e espalhou-se ao comprido e com ele alguns fotógrafos, algumas câmaras foi uma entrada em cheio!
- Olá, muito prazer senhor secretário de Estado, a sua esposa ainda está nas Termas? Temos de marcar um jantarinho!
- Viva senhor Ministro, o divórcio já está a correr, telefone-me!
- Como está senhor Dr. tem de me visitar mais vezes!
- Pipas!? Tu por aqui? A Rádio como é que vai, ai que saudades eu tenho da rádio, o “El Escarrador” está bonzinho?
Nisto um jornalista pede uma palavras a Maria para o Jornal da Noite:
- Boa tarde Maria, uma palavras em directo para o Jornal da Noite!
- Bem boa noite a todos, estou aqui mais uma vez para contribuir para a construção da fábrica de canecas da Caldas e espero que este projecto, que me parece muito interessante se mantenha sempre de pé !
- Obrigado Maria!
Com um sorriso lindíssimo e com o seu vestido preto super decotado, Maria era o brilho da festa dos Monges das Caldas a favor da fábrica das canecas!
Junto á orquestra um jovem tomava um drink e conversava com a secretária do Ministro. Maria tinha reparado nele, alto, moreno de porte atlético. Os olhares cruzavam-se os sorrisos discretos eram muitos, até que a certa altura:
- Boa noite eu sou o Manuel !
Maria quase desmaiou, o homem tinha uns dentes brancos e grandes, lindos, tanto um, como o outro!
- Olá !
Disse Maria afastando-se rapidamente:
- Meu Deus que horror, lindos por fora e por dentro é o que se vê, tive mesmo para lhe dizer: Vai arrumar as cadeiras que tens a plateia desarrumada!
Alberto encostado a mesa do ponche, já via a sala a dançar mesmo sem música, coisas de família se calhar herdou a veia alcoólica do seu irmão Miguelito. Esteve para aí uma boa meia hora a falar com uma estatua em mármore que havia a um canto do salão:
- Estás linda, um borracho destes aqui sozinha, és uma mulher muito fria, humm não dizes nada, está armada em sonsa, assim despida não enganas ninguém, cá o Alberto já viu muita coisa entendes? Comigo estás á vontade, e se me quiseres contar quem te fez isso aos braços...malandros !
A Festa era um sucesso, muita gente, gente bonita, gente feia, havia de tudo e para todos os gostos mas, fundamentalmente estava cheia e isso é que interessava aos Monges. Era a Teca do Restelo, famosa pela sua prospecção de petróleo em Condeixa, era o Dom Alfredo dono de uma fábrica de cerveja sem espuma, Sir Godofredo Jesus famoso arquitecto que desenhou, projectou e nunca chegou a construir a famosa Torre do Castelo, enfim notáveis e mais notáveis que bajulavam a nossa Maria.
21h45 tã nã na nãã... Começou aquela música “Falling in love Again” ou em português “Cair no Amor outra vez”, coisas do destino, Maria olhava triste para o seu passado, pensando na “vida” que tinha tido e como tudo se modificara, de repente sentiu uma voz por trás de si :
- A senhora dança??
(Continua)

Diário de Maria ( Capitulo IV )

Ao fim de cinco anos a padaria de novo, quem diria? Júlio Padeiro tinha agora quarenta e cinco anos mas continuava a amassar o pão como ninguém e Maria tinha agora vinte e três anos e um corpo de se bradar aos céus, resolveu ir para a distribuição com a sua carrinha Ford Transit (que o Júlio tinha trocado pelo Fiat 127, bem a carrinha pelo menos só tinha nove anos ). Distribuía o pão “aviava” os clientes era um despacho a Maria, sentia orgulho de si própria.
Um dia recebeu uma triste noticia, o seu irmão Sacas tinha sido abatido a tiro pela GNR de ValdeVão quando se encontrava a estudar, a estudar ??? Sim a combinação do cofre do Banco de ValdeVão, dizem que ainda fez um refém, um pequeno caniche de cor amerdalada, mas de nada lhe valeu, pum pum foi quanto bastou para que o Sacas nem tivesse tempo de sacar.
Como Maria tinha trabalhado na rádio, vieram as televisões para fazer entrevistas à irmã do assaltante, Maria cheia de vergonha tentava desculpar o irmão pela sua difícil infância e foi tão comovente a história de Maria que foi primeira noticia dos jornais da noite.
A partir daí toda a vida de Maria iria mudar, porque muitos foram os que repararam na sua beleza e no seu corpo enfim nos seus atributos.
Começou por receber convites para fazer publicidade, o primeiro Spot de televisão filmado para uma empresa de produtos cosméticos, era para um gel de banho. Maria entrava enrolada na toalha de banho, primeiro entrava o peito no écran, passados dois minutos entrava o resto do corpo, até que corria a agua, caía a toalha e Maria coberta de espuma dizia com uma voz sensual: Com este Gel vejam só a minha pele....e zás nu integral, a única coisa que ficava tapada era a sua parte intima inferior e era só pelo frasco do Gel.
Bronca na feira, o Júlio Padeiro a primeira vez que viu o Spot com os nervos, deitou fermento a mais nas carcaças que depois de cozidas pareciam pães alentejanos de quilo e meio, espumava pela boca, revirava os olhos o homem estava possesso, também não admira era motivo de chacota do Bairro inteiro. “Granda naco ó Júlio” diziam uns “que coisa boa” diziam outros, ponto final o divórcio era o que lhe restava.
Maria essa, com vinte e três anos era agora uma mulher livre, choviam convites de todo o lado, para fotos, cinema, televisão estava tudo ao rubro com Maria.
O Vespas e o Ginetes que eram agora os melhores vendedores da feira da charneca sentiam orgulho da sua irmã. O Miguelito tornou a irmã presidente honorária dos alcoólicos anónimos (agora (en)tornada associação) e andou bêbado cinco dias a comemorar o sucesso nem ele sabe do quê. O Zeca Navalhas que vivia agora com o Joãozinho das Meiguices e tinha um show de travesti na famosa boate “ Apálpamus “ viu o seu cachét subir em flecha devido à notoriedade da irmã. E Joaquina e Liliana que continuavam a viver juntas, continuaram a viver juntas e não me digam que ainda ninguém sabe porquê?
O Alberto foi o único que se desempregou, deixou a Universidade e foi para agente da irmã ou melhor para guarda costas ou melhor para motorista, bem pau para toda a obra.


Foi numa festa do Jet Set que começou o verdadeiro romance, eram precisamente 21h45 numa tarde soalheira do mês de Agosto, (que coincidência, sol em Agosto), que Maria depois de sair da gravação em estúdio da Novela “Corpo Escaldante”, se dirigiu para a festa, ali para os lados de Belém, no seu carro BMW 320 D conduzido pelo Alberto, que tinha colocado na traseira do BM o cãozinho de loiça herdado do Julio Padeiro, Valha-me Deus um cão de loiça? Maria irritada com as saloiadas do irmão fez voar o cão pela janela e zás, borda fora, por pouco não acertava na cabeça de um GNR que vinha de moto atrás do BM. Bronca na feira, sirenes ligadas o agente estava fulo e mandou a Alberto parar.
- Então o que é que vem a ser isto? Cães a voar pela janela??
- Desculpe senhor guarda, mas era de loiça!!
- Está a brincar comigo, ia-me acertando com o cão...
- ...Mas, Mas...
Nisto Maria desce o vidro eléctrico do BM e diz com a sua voz sensual...
- Porra, senhor agente despache-se lá que estou atrasada para a festa, ou multa, ou não multa...
- Ãh a senhora é, é, é,...
(Agora tinha de me tocar um gago pensa a Maria)
- ...a Maria, a Actriz...bem...
- Quer um autógrafo senhor agente?
- Por gentileza se não for incomodar muito...é que tenho lá um rapaz em casa, que só fala em si, dá beijos na televisão e tudo...outro dia...
Maria interrompe:
- Tome lá, e agora posso seguir?
- Pois sim, e... desculpe!
E lá foi a Maria a pensar: Que raio de policia nós temos, ia levando com um cão de loiça na carola e ainda me pede desculpa. ( Continua...)

Diário de Maria ( Capitulo III )

Mas aquilo não era vida só passeatas e boa vida, Maria decidiu ir trabalhar para a rádio e contou-me a história desta sua passagem no famoso Mundo do showbis:
Amigos de pouca data eu e o “Pipas” conbersáva-mos um dia sobre o trabalho na rádio, que eu, diga-se de passagem, nem sonhava que existia, e num bai de modas toma lá um rádio Blauckpunt pra’ ta’ doçar a bouca. Lá fui eu trabalhar para a rádio. Quando cheguei já o programa tinha começado há oito anos, mas isso também num interessava nada, tens aqui estes bacanos para contactar e pra’ frente que atrás vem gente. Nessa altura conheci o pessoal, era um povo pacato e honesto (alguns), El Escarrador, o Rei do meu departamento, acompanhado á viola pela “Menina” e por outro bacano que eu vi logo que estava como eu, ou seja, à mercê dos mamões.
Um homem abria a boca e ouvia logo: È Meu!
Num habia clientela para um homem óh menos conbersar, que tristeza. O “Pipas”Senhor e Rei da rádio (e dos transportes aéreos) tinha tudo controlado, quer ao nível das ofertas, quer ao nível da procura.
Certo dia numa reunião ao fim do dia, com todo o departamento e os senhores da rádio, El Escarrador de tão animada que era a reunião ensonado, abriu a boca, bocejou e para nosso espanto quase caiu da cadeira de tanto sono que tinha. Um homem não é de ferro e vai de sacar do lenço, que orgulhosamente trazia no bolço,(não sei como não ficava colado) e catrapum, mais uma cuspidelazita que o lenço até abanava.
Até me esquecia o “Pipas” tinha uma secretária que óh lá lá, cuequinha á mostra, merdelim nas unhas e uma cara linda (Tipo revista da Playboy) para não falar dos cabelos, que de tanto óleo sempre pensei que um dia se incendiassem.
Mas o tempo foi passando e a coisa lá ia, uns dias melhores que outros, com umas discussões pelo meio por causa da clientela, toda a gente me criticava, por ter recebido clientes e blá blá, mas eu percebia lá alguma coisa daquilo, negócios do “Pipas” sei lá?
Depois de algum tempo veio um homem tomar conta do meu departamento, que por sinal tinha saído por causa do “Pipas” e voltou por convite do “Pipas”, coisas do “Pipas”. O Homem era o maior (em todos os aspectos) vai aqui ficar conhecido pelo “Turco”. O “Turco” pôs ordem naquilo e até entrou mais um comichionista, o“Cabeça de Rola”, meínha branca, sandália á Moisés era um fartote cu-cu-rrru, o colega passava-se mas, como eu ia dizendo, o “Turco” pôs ordem naquilo e até criou uma maneira de irmos para a rua, ( no sentido figurado e no desfigurado) a malta avançou para o terreno.
Foi um ano porreiro, com contratos distribuídos a favor dos mais necessitados, (e dos engraxadores) das bubas e dos favores mas, (há sempre um mas, nestes casos) a malta andava insatisfeita, zangada (uns com os outros e outros com alguns), era o jogo das pessoas e lá nisso o “Turco” era perfeito, qual Kasparov ou Karpov, o “Pipas” como regente do departamento e o “Turco” sub-regente era uma alegria, dividir para reinar até quando? Vamos ver!
O “Turco” abusava da pinga e volta que não volta, falava com o Baco, com o “Cabeça de Rola” feito pastor alemão atrás dele, fazendo lembrar os policias á volta do campo, num jogo de futebol da terceira divisão... o “Pipas” ficava fulo, com aquela manifestação de alegria (se fosse hoje tolerância zero).
Mas o “Turco” decidiu pôr a pinga de lado e zás, dieta rigorosa, era uma tristeza saladas e mais saladas águas e mais águas (foi a melhor altura dos meus tempos de rádio). Quando ia-mos para o terreno, o despertar era de madrugada, nunca percebi para quê? Talvez para ver os outros sofrer, ou algum trauma relacionado com a cama, sei lá! Sei, sei que eram oito horas e vinte minutos, estavam aí uns zero graus negativos, e nós dentro do carro em plena Covilhã, a fazer num sei o quê (as empresas só abriam ás nove e trinta, e a reunião mais próxima era ás dez e trinta), e eu ali com o “Cabeça de Rola” e o “Turco” a olhar para o gelo do pára-brisas e a pensar, que alegria que é esta magia da rádio.
Isto de andar no terreno tem que se lhe diga, por exemplo, “El Escarrador” aproveitava para tomar os seus banhos, pois era hábito dizer que se levantava ás nove e quinze para entrar ao serviço ás nove e trinta (para bom entendedor, meia palavra basta) e a roupinha sempre a condizer, gravata verde ás risca, camisa azul ao quadrados, calça castanha e sapatinho preto (com atacadores de ténis, pois os originais tinham-se partido á três anos). Que turma Meu Deus.
Nessa altura já o “Pipas” tinha a família quase toda no departamento, ele era primos, ele era primas era cunhadas enfim a rádio era uma família num sei se topam?
E o “Cabeça de Rola” um berdadeiro ás do bolante. Quando andávamos no terreno, vai de arrancar com o travão de mão puxado, era riscos contínuos, valia tudo, mas pior, pior era o “El Escarrador” que chamava a vinte e cinco tostões no chão, a tampa de um tacho, um dia ali para os lados de Torres Novas, e matando um GNR da Brigada que o mandou parar, os carros travavam a um quilómetro de distância e ele por solidariedade travava também (julguei que estava mais perto, dizia), outra vez foi uma rotunda em sentido contrário e as tangente ás portagens, Meu Deus, era de bradar aos céus aquilo num cabia ali um cabelito. Quando finalmente decidiu por óculos, viu o Mundo com mais alegria e nós suspirámos de alívio.
Mas o “Turco” depois de se ter zangado com a “Menina”, de ter voltado a entrar em contacto com o Baco, de ter saído por causa do “Pipas”, de ter entrado por causa do “Pipas”. Voltou a sair por causa do “Pipas”(levando com ele o seu fiel amigo, cu-cu-rrru – a Rola).
Foi então que El Escarrador foi conbidado para sub-regente (bonito!), ficámos então só três pessoas e o “El Escarrador”, que abdicou da sua clientela a favor da “Menina” e os outros chucharão no dedo. Entrou mais um rapazito que aqui vai ser conhecido por “Cabeça de Vaca”, que por sinal foi uma vítima do “El Escarrador” (e quem num foi?), lá ficámos os quatro eu, a “Menina” o “Rei da Calma” e o “Cabeça de Vaca”. Ainda num falei do “Rei da Calma”, pois não, um rapaz pacato, tendo por norma, que calma e descanso nunca fizeram mal a ninguém.
Homem completamente virado (de costas) para a informática, inimigo público do Bill Gates, que nunca por nunca correria para o fax ou para o telefone pois é preciso ter calma num dar o corpo pela alma.
O “Cabeça de Vaca” por sua vez, rapaz modesto, com uma boa cabeça para o futebol, viu-se ali no meio do campo completamente desamparado, sem que ninguém lhe explicasse nada de nada e ainda por cima com a conexão de ter sido metido pela administração, porra que calvário!
Lá ficaram os três da videírada, e o “El Escarrador” com o seu sistema bancário atrofiado, de contas e mais contas (escrevia tudo o que gastava, num papel, exemplo: jornal 120$00, pastilhas 10$00 etc,) tirava extractos diários,
de manhã e á noite, para melhor controlar as contas e telefonava para os bancos destratando os gerentes e pessoal menor (eu também fui banqueiro, dizia), sempre atento, “El Escarrador” era o terror da banca. E como chefe é chefe, trabalhar era bom para os pretos. Pesavam sobre ele tarefas árduas tais como: Levar e buscar os meninos á escola ( meninos com mais de quinze anos), tratava dos seus assuntos particulares, fazia todas as pontes, escolhia sempre os melhores meses de férias, e de todas a mais difícil, venerava o “Pipas”.
Quando nos deslocávamos para o terreno, aquele aroma delicado dentro do carro era demais (excesso de banhos e perfume), um homem até ficava tonto. E á noite no hotel quem o queria ver era na banheira (complexo da falta de água), atendia-nos á porta do quarto com o seu celipe abandeirado, para nos dizer que não ia jantar (no poupar é que está o ganho), dinheiro! O que é isso? Um dia pediu-me quarenta escudos emprestados para comprar um postal e nunca mais os vi, até pedia o reembolso do iva dos extractos bancários (17$00) e fazia-nos esperar por ele enquanto armava fita ao balcão do banco por causa do dito iva. Falava trinta vezes por dia para a sua honorável esposa e um dia, na ilha de Faro, o“Rei da Calma” a dizer-lhe cuidado com as ondas e ele a dizer “és maluco a água num chega aqui” e zumba veio uma onda, ele de costas ao telefone e molhou-o até ás canelas, foi um fartote “El Escarrador” parecia o “El Mergulhador”, já agora por falar em “El Escarrador” na Nacional cento e vinte e cinco, abriu a janela e zás lá vai caroço para cima de um ciclista, na Ponte 25 de Abril foi para a porta do carro de um senhor (compreendem agora o nome aplicado á figura?).
A uma certa altura saltou-me a tampa, e ouve confusão no departamento ao ponto do “Rei da Calma” se meter no meio de nós, mas ele (“El Escarrador”) impôs-se e disse: Vou chamar o “Pipas” – e lá foi ele, depois veio o “Pipas” e disse: Calma rapazes (como era próprio naquelas alturas, o “Pipas” num gostava de confrontos). O Homem esteve sem falar comigo alguns trezentos anos, trezentos não foi, mas tenho pena.
O sacrificado era o “Cabeça de Vaca” porque a “Menina” era, dos olhos de ouro, agora ele, era de estúpido para cima, depois dizia-lhe “junte-se aos vencedores e nunca aos vencidos” ainda pensei que fosse algum concurso da natação, mas depois é que me lembrei da “alergia” que ele tinha á água. Como podem constatar, reinava o caos e a anarquia naquele departamento. Depois dos convites ainda foi pior (convites de trabalho para outros meios), começou a trabalhar muitos menos, ou seja nada!
E por tudo isto Maria, deixou a rádio e retornou à padaria.

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